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'É surreal': brasileiros se trancam em casa para escapar de caça a imigrantes nos EUA

Brasileiros se trancam em casa para fugir de caça a imigrantes nos EUA Uma operação surpresa da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos provocou pânico ent...

'É surreal': brasileiros se trancam em casa para escapar de caça a imigrantes nos EUA
'É surreal': brasileiros se trancam em casa para escapar de caça a imigrantes nos EUA (Foto: Reprodução)

Brasileiros se trancam em casa para fugir de caça a imigrantes nos EUA Uma operação surpresa da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos provocou pânico entre brasileiros em Charlotte, na Carolina do Norte. Dezenas de pessoas, incluindo três brasileiros, foram detidas no sábado (15), primeiro dia da batida, em uma região considerada segura para os imigrantes. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A operação surpresa da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos (U.S. Border Patrol) transformou o fim de semana dos brasileiros que vivem em Charlotte e na região metropolitana da cidade da Carolina do Norte. As ruas ficaram vazias, moradores evitaram ir ao supermercado e cultos religiosos foram cancelados, marcando um sábado de tensão em uma área que, até então, era considerada tranquila para a comunidade imigrante. Segundo a organização Mutual Embrace Latino Voices, que presta apoio a brasileiros e latinos, ao menos 81 pessoas foram detidas no primeiro dia da operação. Admisterlan Mendes, que vive há quase nove anos em Indian Trail, contou que o sábado foi de medo coletivo. “Todo mundo que eu conheço ficou dentro de casa”, disse o brasileiro, que viu movimentação intensa de agentes desde a sexta-feira. Segundo ele, os agentes entraram “em supermercados, em lojas e até em igrejas”. Mendes disse que foi a primeira vez que presenciou algo do gênero na região de Charlotte, considerada um lugar seguro para brasileiros. De acordo com ele, a cidade era “tranquila demais”, e os imigrantes podiam trabalhar e circular sem medo. “Agora a gente só sai desviando de onde eles estão”, afirmou, em referência aos agentes. Durante todo o dia, vídeos e mensagens em grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta de sobrevivência. Brasileiros acompanharam postagens em tempo real indicando onde agentes estavam realizando prisões. Admisterlan relatou que os grupos “postam vídeo o tempo todo”, o que ajudou moradores a evitar determinadas áreas. “Se a gente vê que estão em South Charlotte, ninguém vai pra lá”, disse. Igrejas cancelam cultos Manifestante é detida durante operação do ICE em CHarlotte, na Carolina do Norte, em 17 de novembro de 2025 REUTERS/Sam Wolfe A operação também afetou diretamente as igrejas brasileiras, que têm forte influência comunitária. Diversas congregações cancelaram cultos no sábado (15) e no domingo (16). Admisterlan explicou que a Lagoinha Charlotte, igreja frequentada por brasileiros, decidiu suspender as atividades porque os agentes estavam circulando na região. Vídeos enviados por fiéis mostram um clima de pânico. Em uma igreja latina de East Charlotte, pessoas correram para uma área de mata ao ver viaturas se aproximando. Medo de deportação imediata Pessoas protestam enquanto autoridades federais realizam batidas em Charlotte, na Carolina do Norte, em 16 de novembro de 2025 REUTERS/Jonathan Drake Admisterlan vive sem documentação regularizada, mas comentou que sua companheira, que entrou nos Estados Unidos pelo México, está ainda mais assustada. Mensagens que circulam em grupos comunitários indicam que imigrantes que entraram pelo México estariam sendo deportados sem direito a fiança. Já quem chegou com visto tem que pagar valores que podem chegar a US$ 30 mil. “Se me pegarem, eu não tenho esse dinheiro”, disse. Ele afirmou que, nesse caso, teria de voltar ao Brasil, embora diga que ainda não deseja retornar por considerar a situação política brasileira também tensa. Para muitos brasileiros, a surpresa da batida policial é o mais difícil. Admisterlan contou que costumava ver vídeos de operações migratórias em lugares como Chicago e Califórnia, mas nunca imaginou que Charlotte passaria por algo semelhante. “Agora estou vendo acontecer nos lugares que eu conheço. É surreal”, afirmou. Documentos compartilhados entre imigrantes mencionam a possibilidade de a operação durar cerca de dez dias, mas não há confirmação oficial. A U.S. Border Patrol ainda não respondeu a pedidos de informação sobre o prazo e o escopo da ação. Enquanto isso, brasileiros seguem recolhidos, reorganizando suas rotinas e buscando apoio mútuo para se protegerem em um cenário ainda incerto. VÍDEOS: em alta no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1